O papel de cada profissional no atendimento a pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo

AUTISMOPSICOLOGIADIAGNÓSTICO

Rosine Lima

1/25/20256 min read

Olá, tudo bem? O nosso conteúdo de hoje é sobre o papel de cada profissional na intervenção a pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo.

Psicólogo

O psicólogo desempenha várias funções dentro do contexto do autismo. Ele pode fazer parte de uma equipe de profissionais especializados em autismo, contribuindo para o processo de diagnóstico e avaliação. Além disso, o psicólogo realiza pesquisas para aprofundar o entendimento dos comportamentos, características e necessidades das pessoas com autismo.

Em seu papel de psicoterapeuta, o psicólogo pode trabalhar tanto em abordagens individuais quanto institucionais. No primeiro caso, ele trabalha diretamente com indivíduos com autismo, oferecendo suporte emocional e ajudando a lidar com questões comportamentais ou psicológicas específicas relacionadas ao autismo. No segundo caso, atua em instituições como escolas, hospitais ou centros especializados em autismo, proporcionando apoio psicológico aos indivíduos comautismo para que se adaptem ao ambiente e melhorem sua qualidade de vida.

Além disso, o psicólogo pode desempenhar o papel de consultor em instituições que lidam com questões relacionadas ao autismo. Ele oferece orientações sobre como criar ambientes inclusivos, estratégias de comunicação eficazes com pessoas com autismo e como enfrentar desafios comportamentais específicos.

Uma função crucial do psicólogo é atuar como orientador familiar. Nesse papel, ele oferece suporte e aconselhamento para as famílias de pessoas com autismo. Isso envolve ajudar as famílias a compreender melhor o diagnóstico, ensinar estratégias para lidar com os desafios do dia a dia, melhorar a comunicação e fortalecer os relacionamentos familiares. Esse apoio cria um ambiente mais acolhedor e compreensivo para a pessoa com autismo dentro da família.

Fonte: GAUDERER, C. Autismo e Outros Atrasos do Desenvolvimento Guia Prático Para Pais e Profissionais. 2a ed. revista e ampliada. Revinter, 1997.

Fonoaudiólogo

O fonoaudiólogo, especialista em comunicação humana, é habilitado para diagnosticar, planejar e implementar intervenções relacionadas às habilidades de linguagem e comunicação de indivíduos com TEA. Dada a complexidade do transtorno, abordagens individualizadas são necessárias. Uma abordagem multiprofissional é recomendada, possibilitando tratamentos inovadores e discussões colaborativas.

É incumbência do fonoaudiólogo analisar as necessidades específicas de comunicação e linguagem de cada indivíduo ao longo do desenvolvimento. A partir de uma base de evidências científicas e formação clínica, o fonoaudiólogo elabora diagnósticos detalhados e planos terapêuticos adequados. A literatura apresenta uma série de abordagens de comunicação e linguagem, como ABA, Denver, DIR-Floortime, entre outras, destacando a importância da individualização.

Dentro do contexto nacional de busca por serviços eficazes para pessoas com TEA, a prática embasada em evidências e o respeito à expertise profissional são essenciais para assegurar os direitos desses indivíduos.

Fonte: FERNANDES, Fernanda Dreux Miranda et al. O papel do fonoaudiólogo e o foco da intervenção no TEA. In: CoDAS. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2022. p. e20210264.

Terapeuta Ocupacional

O Terapeuta Ocupacional desempenha um papel crucial no apoio a pessoas com autismo, focando na melhoria das atividades diárias, produtivas e de lazer. Ele avalia e intervém ao longo da vida do indivíduo com TEA, utilizando diversas abordagens de tratamento eficazes. Uma técnica fundamental é o Modelo da Ocupação Humana, que visa envolver a pessoa em ocupações significativas. Além disso, o Modelo da Integração Sensorial de Ayres também é utilizado, especialmente em casos especializados.

Os pais ou responsáveis de crianças com autismo devem procurar um Terapeuta Ocupacional assim que o diagnóstico for feito. A avaliação precoce é essencial para verificar o impacto do autismo nas atividades da criança, como brincar e desempenho escolar. Em alguns casos, os sinais podem ser leves e serem detectados mais tarde, mas a intervenção do Terapeuta Ocupacional ainda é valiosa, adaptando as demandas conforme a idade da criança/adolescente.

Fonte: CREFITO-12. O papel do terapeuta ocupacional no tratamento do autismo. Disponível em: https://crefito12.org.br/o-papel-do-terapeuta-ocupacional-no-tratamento-do-autismo/. Acesso em: 04 de ago. de 2023.

Psicopedagogo

A Psicopedagogia surgiu para atender crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem, combinando elementos da psicologia e pedagogia. Dessa forma, o psicopedagogo desempenha o papel de investigar e prevenir deficiências no aprendizado. O psicopedagogo focaliza as necessidades singulares das crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), cujas dificuldades nas interações afetam sua aprendizagem e desenvolvimento. O profissional inicia estabelecendo vínculos com o aprendente e orientando familiares e educadores para promover a integração social da criança com TEA.

O currículo escolar deve ser adaptado às necessidades individuais e à realidade da escola para promover a inclusão e autonomia das crianças com TEA. Reconhecendo a complexidade de cada criança, o psicopedagogo deve trabalhar em conjunto com outros profissionais para atender às suas necessidades específicas. Um Plano de Ensino Individualizado (PEI) é fundamental para guiar as intervenções, adaptando-as às necessidades e disponibilidade da família.

Fonte: SILVA, Solange Rodrigues; RUIVO, Silvia Regina Frate. A atuação do psicopedagogo com a criança com transtorno do espectro autista. Constr. psicopedag., São Paulo, v. 28, n. 29, p. 61-70, 2020.

Fisioterapeuta

O fisioterapeuta desempenha um papel fundamental no tratamento de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), isso é realizado através de técnicas que promovem a proximidade com o paciente, o diálogo, a integração social e a independência de forma lúdica. Utilizando abordagens terapêuticas físicas, o fisioterapeuta trabalha na prevenção e melhoria de situações patológicas, realizando avaliações musculoesqueléticas, diagnósticos, aplicação de exames, prescrição e planejamento. Essa atuação contribui para a promoção da qualidade de vida e reabilitação do paciente, sendo essencial no tratamento dos acometimentos motores e na prevenção de agravos ao estado do paciente.

O fisioterapeuta também desempenha um papel na melhoria da interação social relacionada aos pacientes com TEA, utilizando técnicas como contato visual, toque, comunicação verbal e gestos para construir uma relação de confiança. O tratamento aborda características como estereotipias, tônus muscular, marcha e desenvolvimento neuropsicomotor. Através de métodos criativos e dispositivos eletrônicos, o fisioterapeuta visa aprimorar o convívio social, concentração, autoconhecimento corporal, habilidades motoras, equilíbrio e coordenação, contribuindo para a inclusão social e a qualidade de vida das pessoas com TEA.

Fonte: DE ARAÚJO MARCIÃO, Lucas Gabriel et al. A importância da fisioterapia no atendimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Research, Society and Development, v. 10, n. 5, p. e24410514952-e24410514952, 2021.

Nutricionista

Nas áreas de nutrição clínica, saúde pública e alimentação coletiva, é responsabilidade do nutricionista fornecer suporte nutricional e terapêutico, além de conduzir atividades educacionais relacionadas à alimentação, conforme indicado pelo Conselho Federal de Nutricionistas em 2018. Isso engloba a complexidade da alimentação, considerando suas dimensões sociais, culturais, antropológicas, sensoriais, emocionais e comportamentais. Abordagens nutricionais, como suplementação de micronutrientes, dietas específicas, uso de probióticos e ácidos graxos poli-insaturados, têm sido amplamente revisadas como parte do cuidado nutricional para o TEA.

De forma semelhante, há também um foco crescente em intervenções educativas em alimentação e nutrição que são ajustadas para se adequarem às características específicas do autismo. Isso inclui estudos e práticas que buscam adaptar abordagens nutricionais para atender às necessidades das pessoas com TEA.

Fonte: OLIVEIRA, Laura Cardellini Barbosa de. O nutricionista no cuidado de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seletividade alimentar. 2020. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. Disponível em: https://repositorio.usp.br/directbitstream/55d07adb-65ef-4c01-b3cb-13e7127ea284/Laura%20Cardellini%20Barbosa%20de%20Oliveira.pdf. Acesso em: 04 ago. 2023.

Médico Pediatra

O papel do pediatra na detecção precoce do autismo é crucial, pois eles acompanham as crianças desde o início da vida. Identificar sinais que possam indicar Transtorno do Espectro Autista (TEA) o mais cedo possível permite iniciar estimulação e alcançar melhores avanços no desenvolvimento neuropsicomotor. O pediatra deve ensinar aos pais que a estimulação envolve equipe de saúde, família e escola para resultados mais promissores do que ações isoladas.

É responsabilidade do pediatra orientar sobre a estimulação adequada para cada fase de desenvolvimento, aproveitando o potencial cerebral ótimo nos primeiros meses de vida. Além disso, o pediatra desempenha um papel de apoio à família, auxiliando nas estratégias e ferramentas para o tratamento diário e contínuo exigido pelas crianças com suspeita ou diagnóstico de TEA.

Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP). SBP destaca papel do pediatra no diagnóstico precoce do autismo. Disponível em: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/sbp-destaca-papel-do-pediatra-no-diagnostico-precoce-do-autismo/. Acesso em: Acesso em: 04 de ago. de 2023.