O Ócio e a Infância
AUTISMOINFÂNCIAPSICOLOGIA
Rosine Lima Silva
4/3/20251 min read


Escola em tempo integral, natação em inglês, balé… Essas são apenas algumas das muitas opções disponíveis para ocupar as agendas lotadas das nossas crianças atualmente. O ócio na infância tem perdido cada vez mais seu espaço. O uso de celular, tablet, computador e a exposição por horas a programas de TV também aumentam a distância entre a criança em desenvolvimento e os momentos de ócio, que são tão importantes para o seu desenvolvimento cognitivo e físico.
Além disso, há uma grande quantidade de intervenções terapêuticas às quais crianças com deficiência têm sido submetidas diariamente. É importante destacar que não se pretende questionar a relevância dessas intervenções para o desenvolvimento dessas crianças.
No entanto, se por um lado o desenvolvimento dessas crianças é supostamente estimulado por essas intervenções, por outro, sua agenda sobrecarregada tem contribuído para o surgimento de crianças cada vez mais cansadas, sonolentas, sem tempo livre e com dificuldade de criar possibilidades no seu ambiente para se distrair, desenvolvendo assim sua criatividade, autonomia e capacidade de resolução de problemas.
Numa cultura que estimula a produtividade e o excesso de atividades, o ócio muitas vezes é interpretado como preguiça, mas não é. O tempo livre é parte fundamental do desenvolvimento infantil e deveria ser defendido por terapeutas como parte do processo terapêutico.
Afinal, o tempo livre humaniza. Faz com que a criança se torne mais flexível, criativa, menos ansiosa, com menos estresse e mais saúde mental. Isso inclui tempo sem as telas, pois, como dizem, a criança tem o direito de ser criança e de brincar!